terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A pessoa com deficiência e sua relação com a história da humanidade - Parte 2

   Caro leitor,
   Leia hoje a segunda parte do texto “A pessoa com deficiência e sua relação com a história da humanidade” da pesquisadora Maria aparecida Gugel*.

   Para que tenha uma melhor compreensão deste texto sugiro que leia a primeira parte.

Idade Moderna

   A Idade Moderna marcou a passagem de um período de extrema ignorância para o nascer de novas idéias. Ela ocorreu do ano de 1453 (Século XIV), quando da tomada de Constantinopla pelos Turcos otomanos, até 1789 (Século XVIII) com a Revolução Francesa. O período mais festejado é o que vai até o Século XVI, com o chamado Renascimento das artes, da música e das ciências, pois revelaram grandes transformações, marcada pelo humanismo.


Métodos de omunicação para pessoas surdas

   Gerolamo Cardomo (1501 a 1576), médico e matemático inventou um código para ensinar pessoas surdas a ler e escrever, influenciando o monge beneditino Pedro Ponce de Leon (1520-1584) a desenvolver um método de educação para pessoa com deficiência auditiva, por meio de sinais. Esses métodos contrariaram o pensamento da sociedade da época que não acreditava que pessoas surdas pudessem ser educadas.

Gerolamo Cardomo
   Gerolamo Cardomo, matemático e inventor de um método para ensinar pessoas surdas a ler e escrever.


Pedro Ponce de Leon
    Pedro Ponce de Leon, cria método de sinais para ensinar pessoas surdas. Na foto um monumento a Pedro Ponce de Leon com Juan Pablo Bonet por Manuel Iglesias Lecio, 1920, nos Jardines de Buen Retiro em Madri, Espanha.

Juan Pablo Bonet
    Em 1620 na Espanha, Juan Pablo Bonet (1579-1633), escreveu sobre as causas das deficiências auditivas e dos problemas da comunicação, condenando os métodos brutais e de gritos para ensinar alunos surdos. No livro Reduction de las letras y arte para ensenar a hablar los mudos, Pablo Bonet demonstra pela primeira vez o alfabeto na língua de sinais.

   Na Inglaterra John Bulwer (1600 a 1650), defendeu um método para ensinar aos surdos a leitura labial, além de ter escrito sobre a língua de sinais.

    Língua de sinais apresentada por Pablo Bonet em seu livro Reduction de las letras y arte para ensenar a hablar los mudos.

Método cirúrgico para amputações:
Ambroise Paré
   Ambroise Paré (1510-1590), médico francês do Renascimento, atendia no campo de batalha e se dedicou a encontrar a cura para os ferimentos de guerra que causavam amputações. Aperfeiçoou os métodos cirúrgicos para ligar as artérias, substituindo as cauterizações com ferro em brasa e com azeite fervente. Foi grande a sua contribuição na criação de próteses.


Morte por afogamento às pessoas com deficiência mental:
Lutero
   No Século XV o Príncipe de Anhalt, na Alemanha saxônica, desafiou publicamente o reformador religioso Martinho Lutero, não cumprindo sua ordem de afogar crianças com deficiência mental. Lutero afirmava que estas pessoas não possuíam natureza humana e eram usadas por maus espíritos, bruxas, fadas e duendes.

Poetas, físicos, matemáticos e astrônomos com deficiência
Camões
    Luís de Camões (1524 a 1580), o poeta de Os Lusíadas, perdeu a visão de um dos olhos, em batalha no Marrocos. 

Jhon Milton
    John Milton (1608-1674), um dos maiores poetas ingleses era cego e com o apoio de escriba e ledor, escreveu várias obras, dentre elas Paraíso Perdido.

Galileo Galilei
   Galileo Galilei, físico, matemático e astrônomo, em conseqüência de seu reumatismo, ficou cego nos últimos anos de sua vida mas, ativo em suas pesquisas científicas. Situação semelhante foi vivida pelo astrônomo alemão Johannes Kepler (1571 a 1630), que tinha deficiência visual e desenvolveu estudos sobre o movimento dos planetas.

As primeiras cadeiras de rodas

  Século VI: 1a. imagem de uma cadeira de rodas escavada em pedra em um sarcófago na China.

   Século XVI: Rei Felipe II da Espanha usou uma cadeira bem elaborada com descanços móveis para braços e pernas

   Stephen Farfler era paraplégico e em 1655, na Alemanha, construiu uma cadeira de rodas para se locomover. Era feita em madeira, com duas rodas atrás e uma na frente, acionada por duas manivelas giratórias.

   Cadeira de Bath, Inglaterra, inventada por John Dawson, 1783.

   Século XVIII: Cadeira reclinável, pés ajustáveis "em busca de conforto".

  Século XIX, XX: Após a Guerra Civil Americana e a 1a. Guerra Mundial: cadeiras eram construídas de madeira, assentos de palha, apoios ajustáveis para braços e pés.


   1952: Início das competições entre cadeirantes, no Centro de Reabilitação de Stoke Mandeville, Inglaterra.
   1964: Realização dos primeiros Jogos Para-olímpicos em Tokyo, Japão.

   1932: Everest e Jennings projetaram a 1a. cadeira dobrável. Eles fundaram a empresa Everest & Jennings.
   1950: Everest & Jennings desenvolveram a 1a. Cadeira motorizada.

   Durante os séculos XVII e XVIII houve grande desenvolvimento no atendimento às pessoas com deficiência em hospitais. Havia assistência especializada em ortopedia para os mutilados das guerras e para pessoas cegas e surdas.


  Philippe Pinel (1745-1826) explicou que pessoas com perturbações mentais devem ser tratadas como doentes, ao contrário do que acontecia na época, quando eram trados com violência e discriminação.

  No quadro, Pinel liberta doentes mentais acorrentados.

Caro leitor, sugiro que leia ainda a última parte deste texto

Postado por Adriele Ribeiro


*GUGEL, Maria aparecida Gugel. Pessoas com Deficiência e o Direito ao Trabalho. Florianópolis : Obra Jurídica, 2007.
SILVA, Otto Marques da. A Epopéia Ignorada : A pessoa Deficiente na História do Mundo de Ontem e de Hoje. São Paulo : CEDAS, 19
Fonte:http://www.ampid.org.br/


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